Desde que assumiu o tratamento de esgoto em Guarulhos, em agosto de 2019, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ampliou a capacidade das três estações de tratamento (ETEs) de Guarulhos (São João, Bonsucesso e Várzea do Palácio) de 100 litros por segundo (L/s) para 147 L/s, um aumento de 47% em pouco mais de um ano e meio. A Sabesp passou a ser responsável pelo tratamento após a administração Guti assinar um contrato com a empresa estadual que inclui ainda a distribuição de água (que acabou com o rodízio em Guarulhos em menos de um ano) e a coleta de esgoto na cidade.
Esse incremento de 47% representa, em apenas um mês, 121,8 milhões de litros de esgoto tratados a mais na cidade, o equivalente a 48,72 piscinas olímpicas. Em 20 meses, portanto, a companhia paulista já tratou a mais de esgoto em Guarulhos 975 piscinas de padrão olímpico, ou seja, aquelas com 50 metros de comprimento. Esses dejetos, caso não fossem tratados, seriam despejados in natura no rio Tietê.
A capacidade instalada das ETEs para tratar esse esgoto a mais já existia. A diferença são as obras de coletores-tronco promovidas pela Sabesp, que já somam 95 quilômetros desde 2019. É mais, por exemplo, do que a companhia instalou na Zona Norte da cidade de São Paulo no mesmo período. Foram feitas ainda 25 mil novas ligações de esgoto em Guarulhos nos últimos 20 meses.
O tratamento será constantemente ampliado. Uma das obras em andamento para que isso aconteça é o coletor-tronco Zapara, na região da Vila Galvão, que deverá ser concluído em até um ano e que levará o esgoto de cerca de 44 mil pessoas daquele e de bairros próximos à ETE Parque Novo Mundo, que fica na capital paulista. Apenas com esse coletor serão tratados 50 litros por segundo, ou o equivalente a 129,6 milhões de litros por mês.
Outro coletor-tronco a ser construído pela Sabesp, mas ainda sem previsão, é o da avenida Jamil João Zarif, que levará o esgoto à ETE São João, e mais um na região do Taboão. São intervenções que evitarão que o esgoto seja despejado diretamente no Baquirivu, rio que é alvo de obras de macrodrenagem e controle de inundações pela Prefeitura de Guarulhos, com um investimento superior a R$ 500 milhões para beneficiar cerca de 300 mil pessoas diretamente.
Por serem obras complexas e debaixo da terra, os coletores estão entre as intervenções mais complexas realizadas nas cidades. Ao contrário de adutoras de água, que já podem funcionar parcialmente mesmo que a obra não esteja completa, os coletores-tronco apenas irão gerar o tratamento após o término do empreendimento.