Um dos primeiros a ser implantados no país, o hospital de campanha de Guarulhos completou dois meses de funcionamento neste domingo (7) com o saldo de 224 vidas salvas. Instalado no Parque Cecap, ele integra Centro de Combate ao Coronavírus (3C-Gru), que também oferece o serviço de triagem tanto para pessoas que chegam a pé como de carro, com atendimento pelo sistema drive-thru. Nesse período, mais de 20 mil pessoas foram atendidas no complexo.
Entre elas está Carolina Leme Ferreira, de 28 anos, que disse que só conseguiu vencer o Covid-19 graças à equipe profissional e dedicada de médicos do hospital de campanha de Guarulhos, onde ficou internada 31 dias. Foram 20 dias de intubação e um dia de observação na UTI, depois foi para o isolamento e ficou mais uma semana internada no 3C-Gru, de onde saiu sob aplausos no último dia 27.
A jovem, que é funcionária da Prefeitura de Caieiras, conta que por volta do dia 18 de abril ela e seu namorado pensaram que tinham contraído uma gripe. Não procuraram assistência médica, tomaram um antigripal e melhoraram. Porém, depois de uma semana ela começou a sentir falta de ar e a tossir muito.
“Na quinta-feira (23 de abril) a falta de ar piorou bastante, no domingo ficou insuportável e eu já não conseguia mais respirar”. Foi quando ela procurou atendimento no 3C-Gru. “Entramos pelo drive-thru, a equipe me examinou e já me encaminhou para o médico. Fiz tomografia e quando a médica Luciana, da UTI, olhou o exame me disse que eu teria de ficar internada”, explica.
Carolina disse que passou a noite na enfermaria, fazendo uso de oxigênio e ainda assim era difícil respirar. “No outro dia cedo fui para a UTI e no dia 29 de manhã já estava intubada. Começava então uma grande luta de toda a equipe assistencial e dela mesma para salvar sua vida.
“Se eu pudesse definir em uma palavra a equipe médica do 3C-Gru, eu diria apenas que é sensacional. Sou muito grata, eles são os melhores no cuidado, na atenção, dedicação e carinho. O doutor Bernardo vinha da UTI para me ver na enfermaria. A doutora Bruna também e ainda ligava do celular dela para eu poder falar com minha família. E a doutora Bárbara, que me extubou (removeu o tubo), não dá para descrever o quanto ela é profissional. Reconheci a voz dela quando acordei e me lembrei que ela falava: ‘Carol, seja forte, a gente está tentando de tudo’”, conta.
Do tempo todo em que esteve internada na UTI e sedada, Carolina se lembra das vozes da equipe médica e de alguns flashes, como descreve. “Eu achava que estava sonhando, não sabia que estava internada. Se hoje estou aqui, evoluindo, fazendo fisioterapia, se a minha família pode ter a mim de volta é graças aos médicos do hospital de campanha de Guarulhos. Eles são maravilhosos, é por amor que estão lá”, afirma.
Depois de tanto tempo internada a batalha de Carolina agora é para voltar a andar. Ela faz fisioterapia três vezes por semana e seus braços e pernas já estão bem mais fortes, mas a estrutura lombar está bem fraca. Questionada sobre a primeira coisa a fazer quando se recuperar totalmente, Carol diz que vai querer tomar um banho bem demorado, e completa. “Mas a primeira coisa fora de casa, sem dúvida, vai ser ir à missa, agradecer a Deus e a Nossa Senhora pelo milagre operado em minha vida”, destaca.
Fotos: Diego Secco/PMG e Divulgação