Os Estados Unidos negaram hoje ter declarado guerra à Coreia do Norte e frisaram que Pyongyang não pode disparar contra os seus aviões em águas internacionais, em resposta a uma ameaça do ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.
“Não declarámos guerra à Coreia do norte, e francamente sugerir isso é absurdo“, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, numa conferência de imprensa, acrescentando que “nunca é apropriado que um país dispare contra as aeronaves de outro país quando estas se encontram sobre águas internacionais”, acrescentou.
Uma porta-voz do departamento de Estado, Katina Adams, reforçou, em declarações à agência espanhola EFE, que “nenhum país tem o direito de disparar sobre aeronaves ou barcos de outro país em espaço aéreo internacional ou águas internacionais”.
As porta-vozes reagiam às declarações do chefe da diplomacia norte-coreana, Ri Yong-ho, que esta segunda-feira afirmou, Nova Iorque, que o Governo da Coreia do Norte se reserva “o direito de derrubar bombardeiros estratégicos norte-americanos, ainda que os mesmos não estejam dentro do espaço aéreo” da Coreia do Norte.
O ministro norte-coreano acusou também o Presidente norte-americano, Donald Trump, de ter “declarado guerra através da retórica” ao seu país no discurso que proferiu na semana passada na Assembleia-Geral da ONU, em que ameaçou “destruir totalmente” o país asiático.
Ri Yong Ho referia-se especificamente às últimas declarações do presidente americano, em que Trump afirma que o líder norte-coreano “não estará no poder por muito tempo“, insinuando que iria destruir a dinastia de Kim Jong-Un.
A porta-voz de Trump insistiu em que o objetivo da Casa Branca continua a ser “a desnuclearização da Coreia do Norte“, e não uma guerra com Kim Jong-Un. Apesar disso, o Pentágono assegurou que está preparado para oferecer “opções militares” a Trump se a Coreia do Norte continuar com as suas “ações provocatórias”.
Estas passam a partir desta segunda-feira a contar nas suas fileiras com mais um vídeo de propaganda do regime de Kim Jong-un, que desta vez mostra a forma como as forças norte-coreanas serão capazes de destruir os bombardeiros da Força Aérea norte-americana e o porta-aviões USS Carl Vinson.
No sábado, bombardeiros norte-americanos sobrevoaram águas internacionais próximas da costa da Coreia do Norte para enviar uma “mensagem clara” a Pyongyang, informou o Departamento de Defesa norte-americano, segundo o qual nunca um avião de combate norte-americano tinha estado tão a norte desde o início do século XXI.
“Foi no ponto mais setentrional da zona desmilitarizada que uma aeronave ou um bombardeiro americano voou pela costa norte-coreana no século XXI, demonstrando o quão sério nós levamos o comportamento perigoso da Coreia do Norte“, referiu a porta-voz do Pentágono, Dana White, em comunicado citado pela agência francesa AFP.
Fonte: ZAP