A cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo. O dado é de 2014, da Organização Mundial de Saúde (OMS), que pela primeira vez, em quase 70 anos de existência, publicou o levantamento global sobre o comportamento suicida, que anualmente mata mais de 800 mil pessoas. O tema foi debatido nesta terça-feira no Salão de Artes do Adamastor, com a palestra Prevenção e Posvenção ao Indivíduo com Comportamento Suicida, ministrada por João Fernando Marcolan, professor da graduação e pós graduação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em evento realizado pela pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde.
Segundo cartilha divulgada esta semana pelo Ministério de Saúde, no Brasil, cerca de 11 mil pessoas tiram a própria vida, por ano. No país, o suicídio é a quarta causa de morte entre 15 e 29 anos, sendo a terceira maior causa entre homens e a oitava entre mulheres. Estes foram alguns dados introdutórios apresentados por Salete dos Santos Vasconcelos, do Departamento de Assistência Integral à Saúde (DAIS).
Na ocasião o secretário de Saúde, José Sérgio Iglesias, deu um depoimento pessoal emocionante, no qual exaltou à vida. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é lembrado no dia 10 de setembro e faz parte do calendário nacional de saúde, com destaque na campanha Setembro Amarelo.
Marcolan iniciou a palestra anunciando a previsão para os anos entre 2017 e 2020. “Nesse período, haverá cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas se matando no mundo, por ano. Os 800 mil apresentado pela OMS já defasou um pouco. Já aumentou. Hoje temos uma pessoa se matando a cada 38 segundos, no mundo”. Para o especialista, isso mostra que o suicida é um sério problema grave de saúde pública, porque são mortes, na maioria das vezes, evitáveis.
Outra dado importante, é que as mulheres são mais reincidentes na tentativa de suicídio, do que que os homens. São 69% contra 31%, respectivamente. No entanto, os homens são os que mais morrem por suicídio. Sendo 79% contra 21%, respectivamente. Além disso, dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), mostram que entre 2011 e 2016, houve 48.204 tentativas de suicídio cometidas por mulheres, sendo 58% por envenenamento/intoxicação e 62.804 suicídios cometidos por homens, sendo 62% por enforcamento.
De acordo com Marcolan, com a implantação de um sistema de vigilância com dados de quantos se suicidam, faixa etária, região e cidade, daria para planejar um programa de prevenção. “Nas notificações, por exemplo, não revelam a tentativa de suicídio como causa e isso é super importante para o planejamento da prevenção”. Quanto à posvenção, o especialista falou da importância dos profissionais de saúde estarem preparados para oferecer um bom atendimento, além do tratamento se estender à família e amigos mais próximos de quem cometeu suicídio.
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