Cerca de 100 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros de serviços públicos e privados do município, participaram na noite desta quarta-feira (13) do Seminário “Sepse - Uma questão de Saúde Pública”. Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, o evento, que foi realizado no auditório da Associação Paulista de Medicina - Regional Guarulhos, marcou o Dia Mundial da Sepse na cidade, com o lançamento do protocolo municipal de Sepse.
O secretário de Saúde, José Sérgio Iglesias Filho, abriu o seminário agradecendo a presença de todos e, em especial, da médica Suzana Margareth Ajeje Lobo, presidente do Fundo Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e chefe do laboratório de Sepse da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, que ministrou a palestra. “É uma honra ver a casa cheia e ter a presença dessa intensivista renomada para falar de um tema tão importante para a saúde pública”, disse.
A especialista iniciou sua explanação com a definição mais recente sobre Sepse: disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta imune desregulada a uma infecção. Segundo a médica, que apresentou dados sobre a Epidemiologia da Sepse nos Estados Unidos, de 1979 até o ano 2000, a incidência da doença aumenta em pacientes com mais de 60 anos, acometendo em maior escala homens e a população negra.
Ainda segundo a médica, os pacientes com Sepse continuam morrendo mais mesmo depois da alta hospitalar, sendo que 1/3 deles foram a óbito um ano depois de sair do hospital. A presidente do Fundo Amib disse que a mortalidade na Austrália e Nova Zelândia em decorrência da doença vem diminuindo, mas frisou que no Brasil um estudo de 2009 demonstra que os números não são bons, com uma letalidade de 51,2% no Sudeste, 57,8 % no Sul, 57,4% no Norte, 58,3% no Nordeste e 70% no Centro-Oeste.
“Além do ônus em termos de perda de vidas, a Sepse impõe ao nosso sistema de saúde gastos substanciais. A estimativa de custo de um caso de Sepse nos EUA é de cerca de US$ 38 mil e na Europa varia entre US$ 26 mil a US$ 32 mil”.
Já no Brasil, de acordo com a especialista, a média de gasto por paciente, entre outubro de 2003 a março de 2004 foi de US$ 9,32 a US$ 18,38. “O diagnóstico rápido e a manutenção da aderência ao protocolo para o tratamento da doença é o que vai determinar o resultado”, finalizou
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